quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

24.12.08

e pra não dizerem que falei de amor
me calo

domingo, 21 de dezembro de 2008

Esse é o título

Pra ficar mais fácil entender, separaram homem e animal.
Separaram trabalho e vida; letra e melodia.
Separaram amor, sexo e filho.
Separaram cor e textura, cabeça e coração, futebol e arte.
Aliás, a arte separaram completamente. Conseguiram separar teatro dança música pintura e poraívai. Separaram a arte e a religião.Separaram também a arte e a vida.
Corpo, alma; antes, agora, depois; infância, adolescência, maturidade, melhor idade. Tudo agora tem no mínimo uma vírgula no meio. Isso quando não tem um ponto junto com ela.
Fica mais fácil de ensinar. Separando lucros e custos. Primeiro e terceiro mundos.
Separaram o certo e o errado, o conhecimento e o povo.
Política e poesia.
Separaram a voz e o que é dito, o silêncio e a dúvida, a lágrima e a menina dos olhos.
Separaram bruxas e fadas, inverno e primavera.
Separaram sol e chuva. Pra ficar mais didático.
E o arco-íris não existe mais.
Pelo menos não sem um hífen no meio.
Porque as vogais também devem ser separadas.
E separaram.




Isso há uns 300 anos.










e esse é o texto.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Mais-valia

Os vagalumes, acorrentados, recebem hora-extra no Natal.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Fluxo

A bolsa colorida ocupa # quase a mesa toda. Fome. Os pés clamam por ar.------ O pé da mesa lhes dá conforto. Bolacha. Hum! Bolacha! Quando eu --- for vó vou dar esta sábia lição aos meus netos: Sempre tenha uma bo- In two minds lacha na bolsa. Pessoas me olham. Ou olham que estou atrapalhando a vitrine? De repente, um abraço. #Um encontro de mãos saudosas, de peitos apertados, de olhos fechados pra te sentir melhor. A bolacha me fica mais doce na boca. Sorrisos inconformados. M.P. não consegue lhe Pick her brains largar as mãos. Os outros olham. Pouca vergonha. Inveja. Eu olho. E como. Meus pés respiram enquanto se espantam com outra poesia. Ow! Ah, velho, quanto tempo! Porra, cara, que saudade! Um pula no colo do outro. Saem irmãos. Já se esqueceram do tempo perdido. M.P. ainda beija a mulher. The brains Dela, só as costas. Os cabelos gritam de saudade. Sorriem. O pacote já está acabando. Os pés já se desenvergonharam. Deixo a última pra depois. Todos se apressam. Quem está sozinho finge que não está. Quem está acompanhado também. 18:36. O relógio está 5 minutos atrasado, eu sei, mas esse, agora, é o meu tempo. É de abaixar a cabeça e levantar Brainwave que o cenário muda. O ritmo agora é de bengala, de turista. É de preguiça. Mas depois volta. Mãos dadas a celulares e bolsas. Paletós. Opa! Desculpa, invadi sua mesa. Magina. Por que minha mesa? Posso levá-la pra casa, então? Se o fizesse seria roubo. #### Escrever sobre al- Brainstorm go o torna teu? Minha filosofia não me deixa ver a moça ir embora. Por que sua bolsa me incomodaria? Um judeu digita num Acer. Uma Kipling admira a vitrine. Ou a mim? Livraria Cultura. Entram pessoas e saem cults. Pagam # 57,90 por um livro do Marx. E não há contradição nisso. 18:44. E 49, eu sei. Daqui a pouco eu vou. All Star tá na moda. Será que a livraria me dá um Brainchild saquinho plástico? Preciso equilibrar minha bolsa. Ou será que só é permitido para clientes? Depois eu vejo, daqui a 5 minutinhos. Ou nenhum? Sede. Meninas que não andam de salto se arriscam nas alturas. Velhinhas já se curvam ao chão. O ---------- Acer continua ali. O segurança também. É o mesmo? Ver não vendo. Um jaqueta de couro espera, de óculos de sol e cabelos brancos. A boca dos Stones, um salto de 11cm em 11 anos. Olhos verdes em rosto de idade. Filho da puta, solta a boca. 18:54. 1 pras sete. ----------------------------------------------------

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Carta ao Pai

Às vezes a vida me faz acreditar que ela existe sem mim. Que ela acontece e eu vivo. Que ela me independe. De vez em quando grita independência ou morte. E eu, mãe cuidadosa que sou, morro.
Sempre me disseram que nessa fase fica assim mesmo. É que é duro aceitar.
Outro dia ela pegou sua bolsa e me disse que ia dar uma volta. Eu deixei. Pedi pra que não demorasse. Ou que pelo menos me ligasse se fosse dormir fora.
E ela ainda não voltou. Me ligou, outro dia. Falou que tinha saído sem saber pra onde ir. Só queria tomar um pouco de ar. Até que, num bar, encontrou a sua. Passaram a noite juntas, disse que foi bom.
Só que você parece ter levado um tapa na cara e descontou nos outros. Ligou e mandou sua vida voltar. Sabia que ela tava bem, mas não era aquilo que queria que ela fizesse. Vida boa não passa a noite na rua sem avisar. Você, todo bravo, obrigou sua vida a tomar jeito, e a deixar a minha dormindo, na cama, ainda nua.
Ela não quer voltar. Não sabe o que fazer. Diz que ainda tem medo de me encarar. Eu também tenho. Sei que tenho culpa por segurá-la demais e, de repente, agora, deixá-la sair por aí, sozinha. Haveria de se machucar.
Não sei, agora, o que vai ser da minha vida sem a tua. Ela disse que, por enquanto, se não dá pra ficarem juntas ela prefere ficar sem mim também.
Dói. É difícil para uma mãe ouvir isso.
Mas eu entendo.
Só te escrevo pra te deixar a par da situação. Pra te assumir que, se você consegue controlar assim sua vida, eu não consigo. Mas prefiro uma vida livre a uma acorrentada por planejamentos.
Se um dia ela bater em sua porta, por favor, deixe-a entrar. Que seja pra elas resolverem as coisas e não mais se verem. E não estranhe também se um dia elas fugirem juntas.
Fica apertado o coração de uma mãe numa situação dessas. Você deve imaginar.
Mas se continuar decidido, se continuar preferindo assim, nos avise. Talvez se acelerem as coisas.
E se minha vida não quiser voltar, deixo-a a você. Por mais que não queira.
Enquanto isso, engravido.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

enquanto eu não escrevo

Argentino é foda... Conseguiram achar um gol e o Inter tá bambiando agora!
Já bastou o Fluminense nesse ano...

Mas ninguém que lê esse blog (que são tantos) acompanha futebol, e ninguém deve estar entendendo nada!

Então, indo pra onde meu título apontava, enquanto nenhuma inspiração vem me bater na porta eu vou deixar só um dica sobre boas inspirações que bateram na porta de outros...

www.teatroparaalguem.com.br

Fuça lá que ce entende o que é...

"E a torcida no Estudiantes volta a se manifestar". BUENO, Galvão.

(É sempre bom citar