quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Psicanálise III

CONFERÊNCIA XVI


Vou do verso
Ao perverso
Da poesia
À orgia
Do nexo
Ao sexo
Sem sair do mesmo tempo
Nem avançar no meu espaço
Porque é no nó de um
Que o outro forma seu laço.
Me pergunto
de repente
se é possível
perversão
num versinho
inocente
a poesia
do perverso
rima
com o avesso
do meu verso

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Ensaio

Era nome. Com toda a propriedade que um nome próprio tem.
Sentido independente.
Eu não sabia o que era e não perguntava.
Só queria ver.
Queria vê-lo, em sua idade e sua postura, em suas palavras e em suas ausências.
Queria senti-lo.
Queria ouvir o que estava por trás da pele de suas palavras.
Mas só olhava.
De canto, de qualquer jeito.
Respirava.
E falava horas com uma ou duas sensatas palavras.
E me mostrava.
Me mostrava a mais tímida das mais doces putas do bordel.
Me enganava.
Odiava e reprimia aquelas ondas de segredos.
E complicava.
Cúmplices da minha fantasia infantil.
Fantasiava.
Me botava de moça, bailarina, poeta.
Para ser sua atriz.
Para ser sua mais bela mentira,
seu orgulho.
Borbulhava.
Quando a falta da palavra entregava o espanto.
Mas só olhava.
De lado, sem jeito.
E imaginava
suas cenas sem a minha direção.




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Texto feito para a 'Ciranda' que o Henrique Pimenta, do blog Bar do Bardo, me convidou:

1 - agarrar o livro mais próximo;
2 - abrir na página 161;
3 - procurar a 6ª frase;
4 - colocar a frase completa no blog;
5 - produzir um texto com a frase;
6 - repassar a "tarefa" para 5 pessoas.

Abri "1984",de George Orwell, e li "Winston considerou-o de soslaio.".

Agora convido pra entrar na dança:

L.G. , de http://emgolesacidos.blogspot.com/
D. Schuberstein, de http://ideiascuspidas.blogspot.com/
Mah., de http://psicologomahluco.blogspot.com/
Rebecca Loise, de http://a-dibuk.blogspot.com/