quinta-feira, 14 de maio de 2009

do dia que ensolarou

não é que eu vi esse menino nascer?

do dia que ensolarou
da tarde ensolarada
da tarde no parque
hoje é tarde

Veja só... (ou vamos sair também)

Ali ó!
Tá vendo?
Bem ali!
Entre o pronto e o construindo.

Vê?
Gritando e acordando toda a gente!
Não percebeu?
Arrancou minha cortina como se não me devesse satisfação!

Não? Ainda não sente?
Queima os olhos como quem ama!
Nasce clamando por vida. Sorri um sorriso largo.
Amarelo.
Não?
Não vê que chama por nós?

Não?
Não vê que sabe que seu tempo é curto? Mas que há tempo.
Não vê que o tempo é ele quem faz?

Olha! Olha como o corpo cresce!
Ouve os pássaros gargalhando a primavera!

Percebe que se pinta da cor de nossos olhos?
Olha... 'Ergue os olhos!'

Vês?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Onde não cabe

Vazio. É muita coisa junta que não faz sentido. É tudo e mais um pouco que eu não quero. É excesso disso que não é. Disso que não é aquilo.
Vazio é isso. São todos os pensamentos sentidos e falados que não fazem diferença. São todas as preocupações que só estão no pré, e nem ocupam.
É ocupar o lugar que não existe. Preencher o espaço só com tempo. (E não ter tempo para o seu espaço)
O vazio é vago. É amplo. É querer encher onde já transbordou. É o medo do muito.
É vagar por um caminho já percorrido.
É a dor do que não fere. O choro de quem não sofre.
Cem lágrimas.
Vazio é isso.
É isso que não se sente. Que não se fala. Isso que não se conta.
É uma música que se ouve ao longe. Uma flor que não se abre. Um olho que não fecha. E que não sonha.
É isso.
É o cinza de todos os sóis. O sono de toda manhã. O barulho do vento que não assobia.
É isso.
O X da resposta.
Isso.
Nó na garganta.
Isso.