segunda-feira, 8 de agosto de 2011

segunda manhã oito

ela sonhava em estar sol, daqueles que não cabem em dia de inverno.
assim, de abrir a janela e o calor alargar a boca até sorrir.
sonhava em abrir o armário e sentir que qualquer uma ia lhe cair bem. e escolher o verde em homenagem ao sol.
em dar e receber bom dia com verdade nos olhos.
sonhava em comer o de sempre, sempre com uma pitada de uma coisa nova qualquer. cada manhã inventaria um outro gosto pra sorrir.
e depois sair caminhando sem o ritmo dos relógios, ao som de violão e voz macia cantando qualquer motivo de ser feliz.
sonhava em sentir o vento. os que passam, dirigem, alongam, carregam, chegam, pedem. todos bem-vindos em suas bolhas e ela ali, em carne viva.
bebendo água, pra diminuir as dores pela noite de ontem.
ah! e se lembrar da noite de ontem... sentir a vida roçar em sua pele, com aquela brutalidade frágil.
ela sonhava...
imaginava pequenos espaços de um futuro alegre, e se ria das bobeiras de menina.

sonhava,
quando se vê nos vidros da vitrine.

fones no ouvido, verde no corpo, água nas mãos.

[e os sonhos no espelho]

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