sábado, 1 de setembro de 2012

(a) maré

Eu ando assim. Quase sem tocar os pés no chão.
Sem fazer barulho. Sem nem voar.
Não me arrasto e não corro.
Ando assim.
Indo.
Sem saber pra onde não ir.
Empurrada pelo chão que toco, ando.
Na maré de ressacas e marolas, continuo flutuando.

Continuo flutuando. Recebendo do vento o ar que respirei.
Aceitando cada lágrima e temendo cada sorriso.
Sem gritos nem escarcéus.
Hoje alcanço céu.
E paro.

E volto.
E quero mais.
E temo o que posso.
E engancho minhas redes. Pra alongar.
E pra tecer. E pra deitar. E esperar. E esperar. E esperar.




Se ainda não deu
Eu sei que vai dar
Não tenho pressa, meu deus
Sei esperar

Um sabiá me contou
Que ainda posso contar
Com a sorte que está ao meu lado
Joga no meu time
Posso confiar

Se ôce ainda não quis
Não tá bem disposto
Não sabe o que quer
Eu espero você decidir
Porque eu sei que sou
A sua mulher

sonho

não é que seja ruim

nem bom




é que é muito cedo.